Chave do tempo

              

           As vezes, vejo-me procurando a chave do tempo, enquanto que andava em círculos, sempre sem concluir algo. Sempre a procura da mesma coisa, sempre a procura, até que chegou um dia, que não lembrava mais o que procurava. Eu pensava que tinha os melhores sonhos, até que um dia tudo pareceu desvanecer-se. Eram neles que eu me segurava e quando foram tirados de mim tudo pareceu sumir. Encontrava-me a beira do precipício, à margem. Perguntava-me: o que eu quero agora? E a verdade? Não sabia. Pela primeira vez, não sabia para onde seguir. Eu sabia que tinha algo em minha mente, mas como seguir no desconhecido? Era algo que ainda não era concreto, não tinha uma "ideia completa". Haviam caminhos, mas nenhum interessava-me, e o futuro, assustava-me. Onde poderia estar? O que aconteceria comigo? Teria que criar meu próprio caminho, isso era o mais difícil. Acho que meu maior problema é pensar muito no futuro, enquanto que deveria está preocupando-me com o presente.

              Eu mesma, tinha tudo em mente, tudo planejado, pensava que tudo iria seguir de acordo com o planejado. Ingenuidade minha, as coisas não funcionam assim.  Negligenciava-me, negava para mim mesma "não é assim que se faz", mas o que é errado e o que é certo, enquanto que tudo parece não fazer muito sentindo para mim? A verdade é que me encontro com medo, a beira de um precipício, onde posso cair e afundar-me. Pela primeira vez pergunto-me: o que faço? E grito com as paredes, com as notas mais agudas que se possam ouvir. Mas só quem pode responder isso sou eu, e não tenho resposta. Espero que um dia eu ache ou vou ficar andando em círculos novamente, e esquecer-me no tempo e no espaço. Espero que eu seja surpreendida e que eu surpreenda-me. Acho que falta um voto de confiança em mim mesma, vinda de minha parte. Vou fazer minha parte e deixar o tempo me levar. Tenho que parar de "esperar" e fazer, pelo menos, acho que assim responderei algumas perguntas. Entendi que, tenho que fazer e encontrar algumas respostas, se não elas não irão vir.

Nataly Olivier Santana