A multidão

Ninguém sabe daquela confusão

Ninguém sabe daquela multidão,

que hora grita enfurecida,

que hora chora em demasia,

que hora implora para não ser mais ferida,

mas ninguém sabe dessa mobilização.

A multidão aumenta a cada dia,

São reprimidas, estão escondidas.

Se encolhem, se espremem,

para sempre caber mais gente.

Mas a cada dia que passa,

fica difícil de se viver completamente.

O espaço era pequeno e mais cheio ficaria.

Lá pesava, como uma âncora arrastando tudo ao chão,

porque o resto era só um enorme corpo vazio
e uma tremenda imensidão.

Nataly Olivier