Quando você sente que é aquilo. Que aquilo vai ser.

        
        Dei uma olhadinha pela furtiva janela. É quase impossível quando chega o final do ano não olhar nela, ela joga um pouco de luz nas cartelas de cores escuras que vinham ornamentando o quadro. Não sei porque ainda invento de "planejar" algumas coisas, se simplesmente, às vezes, não acontecem. Mas, também, se eu não planejasse, talvez, nem houvesse uma visão de um talvez futuro.
         Sei que esse ano  não foi um dos melhores -ou talvez seja, não sei porque fico pensando nisso "de melhor ou pior" foi apenas mais um ano, oras-, por algum tempo senti-me escapando pelos dedos, mas quando resolvi olhar pela janelinha, vi algumas coisas que me trouxeram um gosto doce à boca.
        Palavras singelas, gestos, pessoas que aconteceram na minha vida esse ano. Percebi que o que tanto aguardo com tanto esmero e com um medo fugaz, talvez, talvez dê certo. A vida é um eterno talvez. Recebi palavras que nunca antes pensei em receber e viajo pensando no que se pode acontecer. Estou empolgada. Algo está começando, que eu nem reparara o tamanho que estava tomando, mas que está aqui. Ah, está. Esperando para sair para passear, tornar-se viva, me escapar. 
Nataly Olivier

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