Cafezinho


Ele pediu um cafezinho
enquanto observava ela tomar o seu.
Há três mesas de distância eles estavam.
Mas, aquele cafezinho, de certa forma,
queria o encher de algo que lhe faltava.
Ele de vez em quando lançava olhares,
que ela não retornava.
Eu, uma mera espectadora, pensava:
“Que agonia. Olha pelo menos para ele, amada.”
Ela nada fazia, fingia que não via.
Vi o pé dele se mexer e mexer,
nervoso ele estava.
Então ela levantou, passou por ele, pagou o café.
Voltou à mesa, pegou suas coisas e saiu para a vida.
Ele abaixou a xícara, o café estava pela metade.
Mas ele perdera a vontade.
Suspirou, se levantou, pagou o café e saiu.
Deixando ali naquele lugarzinho,
a sombra de um futuro esquecido.
Nataly Olivier

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