O outro

         
         Todos os sábados quando eu pego ônibus para ir pro cursinho de inglês sempre vejo rostos novos e outros que tantas vezes vejo que, até sei quais os pontos de descidas dos mesmos. E em todos esses sábados observo essas pessoas. Fico perguntando-me qual a história de vida delas. Só eu fico pensando isso? Só eu fico me perguntando: Será que o que eles fazem hoje é o que eles sempre quiseram fazer?
Olho pro motorista, pro cobrador, pra enfermeira, pra atendente de loja... Será mesmo que eles queriam fazer isso? Será que a enfermeira não queria ser uma médica? Ou o cobrador um advogado? Mas também paro para pensar e percebo que o que seria de nós se não existissem os motoristas de ônibus, os cobradores... Tudo parece funcionar como algo que se encaixa que, serve para deixar tudo continuar em seu percurso.
As vezes, essas pessoas podem até não estar fazendo o que queriam, mas foi o que coube a elas e não significa que é uma profissão "menor" do que outra. Todas se complementam. O que seria de nós sem a atendente? Sem o motorista? Sem a enfermeira? São tão importantes quanto qualquer outro.
São coisas tão "pequenas" diante de nossos olhos que passam no dia a dia que, às vezes, nem nos damos conta do outro. O que seriamos de nós sem o outro? Nada. Precisamos do outro e hoje, isso parece até algo ridiculo de se dizer, mas é a verdade. As pessoas parecem não se importar mais com o outro, sobre sua história. Independente da jornada de cada um, sempre iremos fazer escolha ruins e boas que, poderão nos levar aos mesmos fins ou outros e também a cruzar com caminhos de outros... como se já estivesse sido escrito. A vida começa todos os dias e sempre há chance de mudar, de ousar, de lutar, de viver...
Nataly Olivier Santana

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