E lá estava eu...

     
       Um novo ano começara e lá estava eu sentada sozinha na varanda com os pés estirados escrevendo. Estava calor, mas estava tão bom com o frescor e a visão das plantas se balançando que não me incomodava em nada. O bom e velho Rock N' Roll tocava dentro de casa e eu de vez em quando fechava os olhos pra deixar a música fluir dentro de mim. Meus cachorros estavam deitados ao meu redor e de vez em quando se levantavam e viam com o rabo abanando pra perto de mim fazendo-me sorrir. Sentia-me em paz e isso era tão bom. Apenas estar ali fazendo algo legal em casa na tranquilidade era tudo o que eu precisava fazer. 
          Apesar de tudo não sentia como se estivesse em um novo ano. Parecia louco que já se tivesse passado outro ano. Lá estava eu pensando "Daqui a pouco vou estar com dezenove..." e percebo como o tempo passa rápido. De repente, no meio da tranquilidade lá estava eu pensando em coisas complicadas, na minha própria existência, no que iria fazer nesse novo ano e pensei "Não dou trégua para mim nunca", sempre tinha que pensar, isso era quase inevitável. Eu estando sozinha sempre irei ficar pensando, refletindo. 
           Às vezes é bom estar sozinha e apenas perceber que você não precisa de ninguém pra te fazer feliz, apenas você basta. Talvez deva ser assim comigo. Até já me acostumei. Meu cachorro se levantara e deitara em cima do meu pé o que me fez sair um pouco de meus devaneios e fazer carinho nele. Levantei-me e fui até meu quarto peguei meus pinceis e tinta, precisava pintar, desliguei o som precisava de silêncio para escutar o meu "eu". Fiquei ali um tempo olhando para a tela esperando algo emergir para poder pintar e logo comecei em pinceladas tão rápidas tão era minha urgência de colocar aquilo pra fora. De pinceladas rápidas foram para as lentas e eu já estava mais tranquila, como se um peso tivesse caído de meus ombros. E lá estava eu em frente para o jardim pintando e apenas escutando o canto dos pássaros... Minha descrição para paz. Esboçava ali uma armação do futuro. Naquele momento sentia-me quase flutuando, um sentimento preenchia-me sentindo-me em paz. Ali, fazia meus planos do presente fazendo o futuro. Só queria ser feliz com as coisas mais simples... só queria ser feliz fazendo o que eu gostava.
            Nataly Olivier Santana

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