Tudo era tão inocente

E dou uma espreitada no tempo
Vejo aqueles sorrisos e abraços
Para sempre marcados
E sinto como se tivesse ocorrido segundos atrás
Mas aí vejo o tempo presente
Escuto até as risadas
As conversas trocadas
Tudo era tão inocente
Um mundo inteiramente pequeno
Mas grande do tamanho da gente.

Nós oito, talvez dez
de tardezinha
sentávamos despreocupados na varanda
E conversávamos sobre o universo, política, religião
Conversávamos sobre o que não se conversa
E sobre coisas banais que servem para dar fusão
E alguém pegava o violão e tocava alguma coisa
Geralmente era Legião
Alguém ensinava as notas
Dó ré mi fá só lá si
E deitava nas pernas de alguém
E descansava os pés na parede
E era tudo tão inocente
Apesar de conversarmos às vezes sobre o futuro
Sempre estávamos mais preocupados com o louco presente
Reclamávamos de coisas que hoje não tem a menor evasão
E dávamos risadas, muitas risadas
a mais linda canção.

Despreocupados saímos dali
Parecia que iriamos fazer aquilo durar para sempre
Sentíamos eternos diante daquele presente
Mas fizemos
Quando paramos e observamos
Torna-se uma memória de vez em quando recorrente.

Tudo era tão inocente. 

Nataly Olivier

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