Caixa


Estão em decadência
Há longas estações...
O tempo passa
os outros passam,
mudam
se renomeiam.
Mas eles continuam
em suas covas,
em suas achadas armaduras,
em suas fossas.
Continuam fixados, amarrados
sem nenhum porquê.
Não se doam
Não se permitem mudar
Já possuem suas caixas,
dizendo o que são.
É pura miséria
Meus olhos caem tristes,
diante de tanta pequenez.
Os outros passam
Evoluem
Sinto enjoo quando olho,
para aqueles que continuam onde estão.
O que dizem, o que pensam, suas ações...
Deus, como suportar tamanha visão?
Aquelas quatro linhas retas,
que se ligam umas às outras,
são tudo que eles são.
Aí você pensa:
Tão triste não é mesmo?
Definir alguém com tanta precisão?

Nataly Olivier



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