retrato azulado
essas mãos azuladas
congeladas num frame
que eu mesma não sei ao
que vejo
se reajo, não me
movimento.
a lágrima também
azulada
que escorre em lentidão
pelo rosto paralisado
tudo parece sequenciado
como dirigido por algo
além do incompreensível.
o olhar se move
e vejo um auto retrato
azulado
blue...
e a lágrima para,
como se agora me
observasse em expectativa.
e internamente franzo
as sobrancelhas
e dou uma leve risada
triste e irônica
os pulsos brancos com
veias azuis saltam da pele
e não entendo mais nada
do que escorre por aquelas veias.
pareço distante como um
retrato pintado há milhões de anos
mas que ainda existe
se tira algum elemento
mas não compreendo
totalmente
não aguento ficar vendo
muito tempo
parece que continuar
olhando descascasse as camadas
e não sobrasse nada
além dos rascunhos atirados.
não há nada de errado
com os rascunhos
mas observá-los não faz
entender ainda mais
o que hoje já não é
mais vestígio do mesmo.
Nataly Olivier
Naty, tu arrasa demais. Talentosa 👏
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