O que seria de mim sem a arte?

Se não escrevo para esvaziar minha mente, eu enlouqueço. 

- Lord Byron

       Estava lendo uns textos quando me veio a cabeça: por que eu escrevo? E nas muitas vezes em que sento para escrever percebo que é uma necessidade. Como se fossem se acumulando várias coisas na minha cabeça e se eu não tiver onde as falar/escrever eu enlouqueço. Escrever é meu refúgio é onde sinto-me bem, é onde posso falar tranquilamente. Não escrevo para mudar nada ou alguém, escrevo para mim. Mas no momento em que eu compartilho isso já não passa mais a ser algo meu e sempre fico perguntando-me se as pessoas que leem isso, por exemplo, estão pensando o mesmo que eu ou se estão sentindo o mesmo sentimento que eu quando escrevi. Pode ser que sim, pode ser que não. Não tenho controle quando já está no papel  e qualquer um pode ler e tirar suas conclusões. Por isso sinto-me bem exposta quando escrevo algo ou pinto algo, pois sou eu ali.

      Às vezes, nem eu entendo como as palavras/imagens para pintar surgem na minha cabeça, é quase como se surgissem do nada, um subconsciente meu que quando vejo já estou com uma página toda escrita ou com um desenho e quando começo é difícil parar. Viajo ao lado mais obscuro da minha alma para colocar pra fora e sentir-me tranquila. Às vezes, uso da escrita para melhorar uma ferida e outras vezes para machuca-la ainda mais, mas só assim sinto-me bem, colocando para fora por meio da arte aquilo que estou sentindo, vivendo, presenciando. E vejo como isso é bom, muitas vezes volto no tempo lendo meus textos antigos e vejo como evolui. Sei que desde que aprendi a escrever a uso, sempre a usei para falar, prefiro assim, sinto-me mais confortável. Sou muito calada, mas minha mente está sempre falando. Minha boca pode não estar falando, mas com certeza meu cérebro estará.

     As palavras fazem parte de mim. E nem percebia que caminho estava tomando inconscientemente, mas agora posso vê-lo um pouquinho. Talvez, seja isso. A ARTE, é o que eu sou. Seja escrita, desenho, fotografia e tantas outras. A Arte me instiga, me inova a cada dia, me renova, me faz, ilumina-me, transborda-me, preenche-me. Sempre gostei disso em mim, da criatividade, da arte. Isso é o que eu sou. 

Nataly Olivier Santana